SevillaTapas, Flamenco e Laranjas.

Eu comecei esse ano decidida a superar 2019!

Mal tinha virado dia 01-01-2023 e eu já estava no Google Flights caçando lugares para visitar. O lockdown de 2020, 2021 e parte de 2022 condicionou tantas viagens que era hora de começar a repor.

Desde 2019 não pisávamos na Espanha, Lucas também não estava muito animado, visto que naquele ano estivemos em três lugares diferentes por lá (Santiago de Compostela, Madrid e Barcelona), mas eu já tinha ouvido falar tanto de Sevilla que achei que estava na hora.

Então, no segundo pior timming possível (a primeira posição dessa lista é ocupada por Budapeste em pleno março de 2020), decidi comprar as passagens para o último fim de semana de janeiro, e lá fomos nós.

A viagem foi de Ryanair e saímos do Porto na noite de sexta-feira. O vôo saiu com atraso e chegamos depois do que o previsto, já era quase meia-noite.

Como o Airbnb que eu havia reservado fica no centro histórico de Sevilla perto das Setas, e o aeroporto não tem ligação de metro-comboio para a cidade, então tínhamos duas opções:

Uber ou o Autocarro/Ônibus que faz a ligação aeroporto-cidade.

Enquanto eu simulava o Uber antes de chegarmos lá, ainda nos dava valores aceitáveis (caros, mas pelo cansaço ainda aceitáveis). Entretanto, como provavelmente no momento da chegada já era tarde e o número de pedidos deve ter aumentado, os valores começaram a subir e vocês já sabem né. Eu e Lucas não somos pessoas de jogar dinheiro pro alto.

Compramos os bilhetes para o autocarro (4eur para cada) dentro mesmo do aeroporto em uma máquina automática. Existem placas bem claras ao sair do aeroporto (que é pequeno) para a direção de onde o autocarro sai, e tivemos sorte de andar rápido, chegamos e já existia uma fila que foi aumentando exponencialmente até a chegada do autocarro.

Entramos, conseguimos sentar, e ele saiu cheio e ainda ficou gente na fila para o próximo!

Descemos do autocarro, e seguimos pelas ruas estreitas em busca do nosso apartamento. A cidade estava super animada! E eu sei vocês vão me dizer que era sexta-feira, mas eu estranhei que em pleno inverno, depois da meia-noite, aquela quantidade de gente na rua. Chegamos no Airbnb e fomos dormir, dia seguinte era hora de começar a exploração!

Dia 1

No sábado, acordamos e pela primeira vez decidimos ir para o brunch. Nas viagens, o brunch geralmente fica sempre para o fim, que é o tempo que eu geralmente preciso para escolher o lugar que quero comer. Achamos um bom spot, eu e o Google, e com alguns minutos de espera para sentar, conseguimos; sendo um sábado, achei o tempo de espera bastante razoável para um espaço bastante agradável.

Não coube as panquecas na foto…

 

(O que não é agradável é as pessoas que vivem à base de um cappuccino te julgarem pelo seu brunch, claramente os espanhóis não sabem o significado de brunch…)

Após comer e muito bem, andamos pelas ruelas em direção a ponte de triana; como estávamos hospedados perto das Setas de Sevilha que fica mais para a parte de cima/antiga da cidade, eu não queria descer muito sendo que já tinha comprado os bilhetes para as Setas para o fim do dia.

Chegamos muito mais rápido do que eu imaginava na ponte, decidimos atravessar para o bairro de mesmo nome, demos uma volta ao quarteirão e encontramos um parque, ficamos dentro do parque sentados por um tempo, voltamos a atravessar o rio e estávamos na Torre del Oro.

 

Ficamos sentados um tempinho aproveitando o sol, e resolvemos ir em direção a Real Maestranza de Sevilha, uma praça de toros que eu me recusei a pagar 10eur para ver.

Fomos andando em direção a Catedral, demos a volta e voltamos para o apartamento. Como tínhamos 3 dias, os passeios acabaram sendo bem espaçados, mas dois dias são suficientes para fazer os pontos principais da cidade tranquilo.

Passamos num mercado, compramos coisas para o café da manhã dos próximos dias, voltamos para o apartamento, e voltamos a ir para outro mercado comprar pilhas para o ar condicionado. Pouco antes das 18 h, que era hora marcada do ingresso, fomos em direção às Setas.

Claramente, ainda tenho muito que melhorar nos meus planejamentos… As Setas de Sevilha tem 5 andares, há supostamente coisas para ver, maaaas, quando chegamos, a orientação foi para tomarmos o elevador e subir, escolhi a hora para pegarmos o pôr do sol, e foi perfeito, esperamos uns minutinhos enquanto o sol ia embora e enquanto escurecia e as setas ganhavam cor.

Terminamos o tour, (sem ver mais nada além do miradouro) era por volta das 19:30h, ainda era cedo para jantar, mas não queríamos voltar para o apartamento e voltar a sair para comer. Fomos escolher o que íamos comer e resolvemos achar algum restaurante de tapas (muito famosas na Espanha, parece-me ainda mais em Sevilla).

Eu achava que tapas era algum tipo específico de comida, mas descobri que não! Tapas, na verdade, são porções de comida (aparentemente qualquer comida), e achamos um lugar chamado Duo Tapas. Melhor parte? Reserva pelo Google que funciona!

Chegamos por volta das 20h e estava vazio. Resolvemos pedir um pouco de alguma coisa e ir partilhando. Tinha até risoto!

Magret de Pato, Croquetes, Bochecha de Porco e Risotto!

Voltamos para o apartamento, cheios e já era hora do casal de velhos descansar para o dia seguinte. 😂 (agora com o ar a funcionar e cansados demais para se incomodar com o barulho de um sábado à noite.)

Dia 2

Acordamos, tomamos o café em casa, e resolvi comprar os bilhetes online para o Real Alcazar, pois tinha visto que as filas para comprar na hora eram absurdas. O que ninguém me contou, é que mesmo com os bilhetes comprados, ainda pegaríamos uma super fila para entrar mesmo sendo 11h da manhã.

O Real Alcazar é enorme. E provavelmente ficou ainda mais conhecido após ter sido palco das gravações de Game Of Thrones:

Depois de muito andar por lá, saímos cheios de fome, e decididos a comer comidas típicas, fomos comer paella em frente a catedral. Não consigo dizer muita coisa, porque não achei nada de mais, o sorvete da sobremesa estava muito melhor!

Eu estava cansada, mas como era muito cedo, resolvemos ir até a Plaza de España e ela é enorme e ainda tem um parque enorme junto dela. Sentamos um bocadinho, nos sentimos tentados a andar de barquinho (sabem como sou com barquinhos e água né), e passamos mais de meia hora decidindo se íamos voltar de trotinete para a cidade.

Decidimos pegar a trotinete, Lucas ficou puto passado 5 min porque as trotinetes alugadas diminuem a velocidade ao entrar na parte mais movimentada da cidade mesmo que tenha uma ciclovia enorme para andar…

Deixamos as trotinetes, e seguimos em direção ao apartamento. No caminho entrei num café para pegar um doce que eu andava namorando toda vez que via na vitrine; compramos empanadas e fomos descansar até o jantar.

Em minha defesa, antes de mencionar o jantar, dessa vez não teve o mexicano de sempre e nos permitimos comer comida tipica, por isso, nada melhor do que mesclar dois mundos… As tapas italianas!

E ainda teve nhoque com molho pesto 😀

Lucas descobriu o lugar no Google, e eles servem diversos tipos de massa em formato de tapas, ou seja, você pode fazer como nós e decidir comer três massas diferentes em pequena quantidade… Desculpa, mas a ideia é GENIAL!

Dia 3

Na frente das Setas, tinha uma placa. (De novo, sabem como sou com plaquinhas de cidade né…) Acordamos, pegamos as coisas todas e fomos lá tirar a foto, esperamos a malta de alguma escola que estava fazendo alguma coisa na escadaria e tiramos a foto.

Fomos descendo em direção a Catedral, comprei coisas no gift shop, e deixamos as mochilas no locker.

Chegamos na Catedral, que também comprei os bilhetes online, e que além de ver a catedral, dava para subir na torre conhecida como La Giralda.


A entrada para a catedral é meio confusa, aviso já. Tem umas três entradas diferentes, uma para quem vai comprar os bilhetes na hora, outra para quem vai apenas a capela rezar, e a outra para quem já tem os bilhetes online. Meio mal identificado também achei. Depois de dar a volta no quarteirão, achamos a entrada certa, e junto com a hora escolhida de entrada o ticket tem a hora de entrada na Giralda. Demos uma volta pela catedral e as 11:45 começamos a subir.

La Giralda tem 101 metros, o que dá umas 35 rampas segundo o Google. Não contei porque estava morrendo ao final do 5 ou 6 lance. Ao chegar lá em cima estende-se uma vista 360 de Sevilla. Depois de alguns minutos, um susto com os sinos tocando, descemos, mais uma volta pela catedral e saída.

Eu quis voltar na Plaza de España, isso porque no dia anterior eu estava tão cansada que não consegui aproveitar o que queria ver. Demos mais uma volta, fiz o Lucas fazer meu álbum de fotos, resolvi que queria mesmo andar de barquinho e descobri que eles não aceitavam multibanco (quem anda com dinheiro, por favor) e aí começamos só a enrolar.

Como eu disse, Sevilla faz-se muito bem em um fim de semana bem aproveitado. Para 3 dias, talvez faça sentido encontrar alguma cidade próxima, ou se for no verão (se tiverem coragem) faz sentido por causa da Isla mágica. Voltamos ao locker, pegamos as mochilas, demos tchau para Sevilla e pegamos o ônibus para o aeroporto.

Eu juro que já sou uma pessoa calejada de aeroporto. E não me considero burra. Mas aparentemente eu sempre tenho uma história de aeroporto pra contar. Eu levei o iPad para Sevilla, na mochila tudo muito bem, geralmente não é preciso tirar ele, pelo menos não no Porto e em Lisboa, mas em Sevilla é e eu não vi nenhuma placa dizendo isso. Adivinha? Apitos, e mais uma volta inútil na segurança só para tirar o iPad da mochila que eles já tinham visto…

Enfim, Sevilla vale muito a visita, aliás eu já estou pronta para outra cidade da Espanha. Só falta convencer o Lucas kkkk