Todo ano, no final do mês de julho e inicio do mês de Agosto, ocorre em Santa Maria da Feira no distrito de Aveiro a Viagem Medieval, é um festival muito popular, e salvo erro o maior deste tipo por aqui. Em 2018 quando chegamos cá em Portugal, ouvi falar alguma coisa, mas não procurei mais informações, e em 2019 calhou de ter folga nos dias e resolvemos ir lá conhecer.
A feira possui um site com algumas boas informações e outras nem tão claras, e graças a Clau do @descubraoporto que fez a gentileza de reunir um punhado de informações, nós (eu e o Lucas) resolvemos ir num sábado (10/08) então vamos para as informações:
Viagem Medieval
A feira engloba uma parte bem grande da cidade e conta com várias entradas, inclusive dispõe de mapas que são entregues em folhetos bem como uma versão digital:
O espaço é mesmo grande, e tem um clima que mexe conosco. É impossível não sentir vontade de colocar roupas medievais e de reviver aquela atmosfera, fica tudo enfeitado e as pessoas, tanto do evento como da região vão caracterizados, é uma magia que contagia.
Cada ano há também uma temática central para a Feira, em 2019, foi o Reinado de D. Fernando. As atrações e encenações iniciam-se por volta das 15hs e vão até cerca de 00:15hs. E além disso, ainda existem experiências dentro da feira que são pagas, atrações voltada para as crianças, barracas com todo tipo de coisa para comprar e comer.
Aqui, começa meu primeiro porém, pois tanto durante a semana, quanto ao fim de semana, as entradas são gratuitas até determinado horário, no caso de sábado até o 12h, como nunca havíamos ido, resolvemos ir cedo, mas aí não há nenhuma atração! Na verdade, ainda havia muitas barraquinhas fechadas e praticamente as pessoas a se preparem para o início. Sinceramente, achei um pouco ruim, no meu ponto de vista não faz sentido colocar esse tipo de ‘promoção’ se ao chegar cedo não há nada a se fazer, nem mesmo o castelo que é pago a parte estava aberto a visitação.
Como é um evento de longa duração, é claro que também temos toda uma questão de alimentação, portanto, temos variadas barraquinhas, digamos assim, com vários tipos de comida, bebida e sobremesa/doces. Apesar da comida gostosa, variedades e bebidas diferentes, há um pequeno problema com o espaço para alimentação: é pequeno para a quantidade de pessoas. O local onde comemos tinha só algumas mesas, mas por volta das 13/14hs tinha de esperar as pessoas levantarem para poder sentar e comer.
Nós comemos e ainda aproveitamos as bebidas para comprar as canecas de recordação, (coisa muito legal aqui em Portugal é que por norma em grande parte dos eventos, você “paga” pelo seu copo, e no final, pode ou devolver e pegar o dinheiro de volta, ou ficar com ele. Iniciativa que eu acho super bacana e que ajuda muito a evitar o desperdício).
Transporte:
Eu dividi esse post em várias partes, porque no todo, essa parte me pesou muito e acho que é a menos comentada e a mais importante. Apesar de no site “constar” informações de como lá chegar, achei bem confuso de entender.
Saindo do Porto, além da viagem de carro (que não temos), havia duas possibilidades: Comboio e Autocarro.
De comboio, pegaríamos a linha de Aveiro em Campanhã/São Bento e desceríamos em Espinho, e em Espinho-Vouga pegaria a linha sentido Oliveira de Azeméis e desceria em Vila da Feira.
E de autocarro, saia um do Terminal do Campo 24 de Agosto, pela empresa Transdev que foi o que acabamos por pegar. O circuito levou cerca de 40 min, e a passagem de ida e volta, custou 7,20 €. O problema? Vários…
No sábado, que foi o dia que fomos, o autocarro só parte do Porto a cada duas horas. O terminal não tem uma informação, uma placa, nem se quer horários.. Quando lá chegamos, tive de ir ao guichê da empresa perguntar como funcionava e de onde partia; como se trata de um ônibus de viagem, depois dos lugares ocupados não é possível pegar, mesmo havendo paradas posteriores ao Campo 24 de Agosto, e o pior ainda fica para a volta, o último autocarro da empresa passava em Santa Maria da Feira as 17:15 e depois somente outro por volta das 1h da manhã, como já tínhamos decidido voltar de autocarro, saímos algum tempo antes e fomos em busca da paragem do ônibus, e enquanto aguardávamos, começou a encher de gente, adivinha? O ônibus chegou, deu treta porque não cabia todo mundo, foi aquela confusão e gritaria , e se a gente não tivesse chegado uma hora antes do ônibus passar, teríamos ficado lá.
Fiquei mesmo triste com essa situação, aliás, muita coisa aqui me incomoda nesse quesito, porque parece que tudo é afastado e para tudo é necessário um carro; o que a meu ver também impacta na capacidade de um projeto deste que merece ser visto, mas que não atinge todo mundo por isso, e também um ultimo ponto a comentar que é a publicidade. Se não fosse alguns poucos instagram’s que eu sigo a comentar, não há (ao menos eu não vi) praticamente publicidade nas grandes cidades, ou seja, se você for um turista de passagem, provavelmente não vai saber que a festa existe. (Por favor, me corrijam se eu estiver muito errada).
Enfim, ainda assim vale a viagem e merece o destaque, é um festa realizada desde 1996, incrível e que infelizmente esse ano devido a Covid, ficou cancelada 🙁
Esperamos que corra tudo certo, e nos encontramos por lá em 2021.
**Para Informações Oficiais: https://www.viagemmedieval.com/ **