Como contei aqui, Lucas embarcou e os 40 dias a seguir foram de saudade e ansiedade. Não consigo descrever bem esse período porque já pouco lembro dele. A pressão da faculdade me consumia, saí do estágio, e só conseguia contar os dias para a minha vez chegar, e ela chegou e eu só consigo resumir como ASSUSTADOR. Mudar de país pode parecer complicado ou simples dependendo do ponto de vista, mas a verdade é que a sensação em grande parte é de medo.
E foi assim, com um medo gigante, que eu embarquei sozinha para o Porto – Portugal no dia 23/06/2018.
Me despedi da família, embarquei e ao entrar no avião, eu chorei. Além da sensação de euforia e medo, eu tinha um sentimento a mais em jogo, a saudade. A única parte boa do Lucas ter ido primeiro significava que ao chegar lá algo me seria familiar, eu tinha algo pra me confortar do resto que eu deixava para trás.
E sabe, ao fazer essa escolha você pode até dizer saber o que está deixando pra trás, mas a verdade é que nunca sabe por inteiro. Não dá pra imaginar o que você vai sentir quando as coisas apaziguarem, ou quando a euforia passar. E eu digo isso, por que EU me via de forma muito independente a nível sentimental, eu quis isso por tanto tempo, que quando chegou a hora eu tinha certeza que conseguiria lidar de forma muito tranquila; E tenho que dizer que a ficha não caiu ao arrumar as malas, ou ao me despedir dos amigos e da família, porque apesar de sentir e de chorar, o sentimento que me dominava antes de chegar era de euforia.
Mas além de tudo foi de coração cheio que eu cheguei, num lugar desconhecido, em pleno dia de São João (a maior festa do Porto), com a saudade que não cabia em mim do meu amor que me esperava no aeroporto, e já com a saudade do tudo que eu deixava.
E é também de coração cheio que eu me mantenho. Mudar de país (e de vida), foi a escolha mais difícil e louca que já fiz e apesar de tudo eu não me arrependo…