Esse blog em algum momento seria um diário de viagens, mas pelo visto ele virou meu diário pessoal publicado, então vamos para mais uma das análises da Salua… (com uma semana de atraso, mas antes tarde do que nunca..)
Viemos para a casa nova!
Mas antes de tudo, vamos falar da mudança: Eu comecei a empacotar as coisas com uns 15 dias de antecedência. Quando a parte da mudança começava a se tornar real, o Lucas queria deixar para empacotar tudo no dia anterior, eu não quis. Queria ter a sensação de que nada ficava para trás. O que seria impossível porque temos que devolver a casa e não tem como deixar nada para trás. Mas o que eu queria dividir é como algumas coisas me causam apego.
Sair da casa da minha mãe e atravessar o oceano foi fácil. Sério, eu não tive problemas para resumir 25 anos de vida em uma mala e meia e pronto. Eu também odiava o fato de viver de aluguel, mas agora, deixar para trás o apartamento onde vivi os meus primeiros três anos em Portugal, causou-me um mix de feelings. Não sei se é o fato de saber que nunca mais vou entrar naquele ap, se porque eu chamei ele de lar durante esse tempo, se é porque foi o primeiro lugar que vivemos juntos, ou se porque foi lá que eu e o Lucas solidificamos nossa relação e amadurecemos. É estranho encerrar ciclos. Eu me encontro tão feliz nesse momento por ter mudado para a NOSSA casa, o lar que nós escolhemos, com as coisas que nós escolhemos, mas ao mesmo tempo é uma sensação de perda, de deixar para trás algo que eu não queria. É como se eu estivesse perdendo algo que na verdade nunca foi meu.
No último dia, ao ver o apartamento vazio, ele já não tinha ar de lar. O nosso novo também ainda é aquele caos de obra que não ganhou forma, mas foi um pouco triste, admito, fechar aquela porta uma última vez e entregar as chaves. Espero que a futura pessoa que vier ali viver se sinta em casa e seja feliz. Tal como eu, o Lucas e o Sushi fomos.